10 hábitos que mudaram na minha vida

dia mundial da urticaria 2020

10 hábitos que mudaram na minha vida

Lesões cutâneas (como manchas ou pápulas avermelhadas), tipicamente acompanhadas de comichão intensa e, por vezes, inchaço nas camadas mais profundas da pele, nas mucosas (lábios, língua) e até nos órgãos genitais1,2. Esta é a caracterização simplificada da urticária, em que a sensação de queimadura pode tornar-se num processo bastante doloroso1.

O que acontece quando a urticária vem para ficar?

A designada Urticária Crónica Espontânea (UCE) ocorre quando as manifestações no corpo aparecem diariamente num período superior a 6 semanas1,2. A duração média pode ir de 1 a 5 anos.¹,² A UCE afeta até 1% da população mundial, em qualquer fase da vida², tendo maior incidência no sexo feminino (2 mulheres para 1 homem), sobretudo na terceira/quarta década de vida¹,2. Ainda assim, este problema é passível de surgir em qualquer idade¹,2.

Hoje trazemos-lhe, como exemplo, uma lista de 10 hábitos que uma doente adquiriu, depois de descobrir que tinha UCE.

 

1. Aprendi a viver com a doença

O primeiro passo passou por procurar um médico especialista em imunoalergologia ou dermatologia e ter um diagnóstico correto2. Depois disso, pesquisei sobre a doença, sintomas, impacto, casos…

Aprendi que nem todos os casos são iguais e que os sintomas de urticária podem ter origens diferentes de pessoa para pessoa e, às vezes, não se sabe mesmo a origem1,2. Assim, comecei por fazer uma monitorização da minha situação. O que desencadeava o problema? Como conseguia alcançar melhorias? O que poderia ajudar? Será que havia uma causa identificável?

2. Aprendi a aceitar a minha singularidade

Aprendi que o que é certo para um pode não ser necessariamente para outro3. Passei a aceitar a minha singularidade, não fazendo comparações com outros casos, não recorrendo aos mesmos tratamentos de outros doentes. Aprendi a ouvir o meu médico e a seguir o tratamento prescrito1-3, nunca fazendo comparações com a evolução de determinado doente e percebendo que o meu corpo irá demorar o tempo que for necessário a ficar sem sintomas2. Afinal, tudo é passageiro e com tratamento adequado1-3 há esperança. Sentir-me bem comigo própria é um bom caminho para poder encontrar a felicidade.

3. Deixei de fumar

Um hábito que queria ter deixado há anos e que, não tendo relação com a urticária, finalmente tive a coragem de abandonar – pelo bem da minha saúde e por uma melhor qualidade de vida4. O tabaco tem imensas substâncias prejudiciais ao organismo, podendo desencadear problemas cardiovasculares, cancro e doenças do foro pulmonar4. Questionei-me: “é mesmo isto que eu quero para a minha vida?”. Definitivamente, não era.

4. Adotei uma alimentação mais regrada e saudável

Optei por comida “de verdade”, preparada por mim em casa. Deixei de consumir bebidas alcoólicas e refrigerantes. Deixei de consumir produtos processados, congelados, instantâneos, carnes vermelhas e alimentos ricos em sal ou açúcar (cujas consequências são altamente nocivas). Comecei a monitorizar a intensidade e os sintomas da urticária, associando-os a eventuais alimentos onde certos aditivos existem5. Ou seja, eu própria vou descobrindo qual a alimentação mais adequada e eliminando o que me faz despoletar as crises5.

5. Cuidado diário da pele

Comecei a prestar maior atenção ao que a minha pele exigia. Passei a hidratar a pele do corpo todos os dias para manter uma barreira protetora e adicionar frescura5. Nunca saio de casa sem colocar protetor solar3 e hidratante corporal5. Uma das mudanças simples que fiz foi também ao nível dos perfumes: comecei a aplicá-lo nas roupas ao invés de aplicar diretamente no corpo (uma mudança de hábitos que, aliás, faz toda a diferença).

6. Hidratação

Atualmente, tenho uma meta estabelecida: beber cerca de 2-3 litros de água por dia6. Um dos parâmetros que monitorizo é a cor da urina, por exemplo7. Ou seja, bebo a quantidade adequada de água, de maneira a que a urina atinja uma tonalidade amarelada  clara7.

7. Cuidado na escolha do vestuário

Comecei a evitar usar roupas apertadas3,8. Notei que os sintomas pioravam consideravelmente perante esta situação3,8. Optei por roupas mais confortáveis, idealmente que cubram as áreas afetadas (o sol pode ser um dos elementos que potencia o aparecimento dos sintomas1). Dou preferência ao vestuário que, na sua composição, tenha 100% de algodão9: tal é sinónimo de uma menor agressão  para a pele9.

8. Comecei a praticar exercício físico

No meu caso, o exercício físico não provoca sintomas de urticária1. Tento fazer uma caminhada, yoga ou por exemplo, aulas de zumba10. O facto de me exercitar durante a semana faz com que alivie o stress que vou acumulando e balance a minha energiae me sinta melhor comigo própria10. Reconheço que fico mais bem humorada. No fundo, a prática regular de exercício físico traz inúmeros benefícios10 e é um bálsamo para o corpo e para a mente.

9. Cuidado na escolha dos produtos que uso em casa

Para além de usar sempre creme hidratante adequado à minha pele5, também comecei a ter uma preocupação com outros produtos que sei que podem ser causadores de um episódio de urticária aguda – como alguns produtos de maquilhagem, alguns sabonetes ou produtos com latex.11 São produtos que estão em contacto com a pele e que, está descrito, poderem ter um impacto no surgimento dos sintomas11.

10. Criei uma rotina noturna

Não é novidade que dormir é fundamental para o nosso bem-estar e, quando não o fazemos, estamos a contribuir negativamente para o surgimento de problemas como obesidade, stress, problemas cardíacos, envelhecimento mais precoce (e, consequentemente, para danos irreparáveis na pele), entre outros12,13. A falta de sono, que eu tantas vezes tinha com a comichão intensa1,2, altera o metabolismo e pode resultar em danos significativos no nosso corpo12. Agora que tenho os sintomas de urticária controlados1,2 e consigo dormir, estipulei que devo tentar dormir 8 horas por dia13. Faço questão de desligar o telemóvel para não causar qualquer perturbação durante o sono.

 

Tudo se tornou muito mais simples. Ao conhecer-me melhor e saber o que despoletava a UCE, aprendi a viver com a doença. Foi fundamental encontrar o especialista certo para  me fazer o diagnóstico correto e me seguir com o tratamento adequado1,2. Depois disto a minha vida mudou. 

Mesmo com os sintomas, tentei nunca me esconder, nem deixar de fazer a minha rotina normal. Acho fundamental ter hábitos. Temos de saber aceitar aquilo que somos, procurando melhorar sempre a cada novo dia – por mais difícil que a caminhada possa parecer. Admito que não foi fácil. Precisei de muita paciência e vontade de vencer.

A urticária tem tratamento1,2. Faz como eu, procura um médico especialista e o diagnóstico e tratamento corretos1,2. Vais ver que a tua vida vai mudar, para melhor1,2,14!

 

Esteja atento aos sintomas – manchas vermelhas, comichão e inchaço ou em linguagem clínica– pápulas, prurido e angioedema 1,2 . Vigie-se a si próprio e não hesite em procurar ajuda médica especializada1,2. Trate de si.

 

IRCSU/026/082020

 

 

 

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Referências

  1. Costa C et al., Doente com urticária crónica: diagnosticar e tratar melhor. Post graduate Medicine. Vol-45 (1): 1-8.

  2. Costa, A et al., Urticária Crónica – Do Diagnóstico ao Tratamento. Revista SPDV 74(4). 2016:315-325.

  3. ACAAI (2020), Hives (Urticaria), disponível em: https://acaai.org/allergies/types-allergies/hives-urticaria, consultado a 10/09/2020;

  4. Goldenberg, M. et al. Quality of life and smoking, Am J Addict.  Nov-Dec 2014;23(6):540-62.

  5. Yadav, S. et al. Management of difficult urticaria. Indian J Dermatol. 2009 Jul‐Sep; 54(3): 275–279.

  6. MAYO CLINIC (2020), disponível em https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/nutrition-and-healthy-eating/in-depth/water/art-20044256, consultado a 10/09/2020;

  7. Perrier, E.T. et al, Criterion values for urine-specific gravity and urine color representing adequate water intake in healthy adults, European Journal of Clinical Nutrition (2017) 71, 561–563

  8. Kobza-Black,A. Delayed Pressure Urticaria. Journal of Investigative Dermatology Symposium Proceedings 6:148-149, 2001

  9. Svedman, C. et al. Textile Contact dermatitis: How fabrics can induce dermatitis. Current Treatment Options in Allergy 2019; 6, 103-111

  10. WHO (2020), disponivel em https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/physical-activity, consultado a 10/09/2020;

  11. MEDSCAPE (2020), disponível em https://emedicine.medscape.com/article/762917-overview, consultado a 10/09/2020;

  12. Grandner, M. Sleep, Health and Society. Sleep Med Clin 12 (2017): 1-22

  13. MYHEALTHFINDER (2020), disponível em https://health.gov/myhealthfinder/topics/everyday-healthy-living/mental-health-and-relationships/get-enough-sleep , consultado a 10/09/2020;

  14. Maurer M. et al, Omalizumab for the Treatment of Chronic Idiophatic or Spontaneous Urticaria, N Eng J Med 2013; 368:924-935

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